No cenário competitivo atual, as organizações buscam constantemente formas de otimizar seus processos e traduzir suas estratégias para a prática do dia a dia. A Arquitetura de Processos emerge como uma ferramenta essencial nesse contexto, proporcionando uma visão estruturada que conecta a estratégia organizacional aos processos. Este artigo explora o conceito, os benefícios e os passos para estruturar uma Arquitetura de Processos.
Ao introduzir o conceito de Cadeia de Valor, Michael Porter foi o primeiro autor a enfatizar o papel dos processos para alcançar vantagens competitivas.
Porter definiu Cadeia de Valor como um conjunto de atividades interconectadas executadas por um negócio para entregar valor aos seus clientes. Para o autor, toda empresa possui atividades primárias, que agregam diretamente aos clientes, e atividades de suporte, que sustentam a execução das atividades primárias. Porter argumentou que uma empresa pode criar vantagem competitiva sustentável ao ajustar a Cadeia de Valor à estratégia pretendida.
Mais recentemente, tem-se utilizado a expressão Arquitetura de Processos para nomear a organização lógica dos diversos processos de um negócio, em uma visão integrada.
A Arquitetura de Processos pode ser definida então como a organização dos processos de uma empresa de maneira que eles suportem a sua entrega de valor. A Arquitetura de Processos oferece uma visão holística, base para o alinhamento dos processos críticos do negócio à estratégia definida. Essa abordagem não apenas ajuda a melhorar a eficiência operacional, mas também é a base para que os esforços da organização estejam focados em alcançar os resultados desejados.
Implementar uma arquitetura de processos traz inúmeros benefícios:
Um dos desafios na criação da Arquitetura de Processos é determinar o nível de detalhe necessário. É importante encontrar um equilíbrio entre a complexidade e a praticidade, garantindo que os processos sejam representados de forma clara, mas sem excessos que possam dificultar a implementação.
O nível de detalhe deve ser suficiente para permitir uma compreensão clara dos processos e suas interações, mas flexível o bastante para permitir ajustes conforme necessário. Dessa forma, o número de níveis e seus nomes/rótulos variam de acordo com os métodos e convenções de nomenclatura utilizados em diferentes organizações. Abaixo é apresentado um exemplo de uma hierarquia de processos.
Para melhor compreensão dos processos organizacionais por todos os envolvidos é necessária a hierarquia ou camadas de decomposição da cadeia de valor, por meio da qual é possível relacionar os processos as estratégias da organização.
Como já dito, a Cadeia de Valor de Porter é organizada em atividades primárias, que agregam diretamente aos clientes, e atividades de suporte, que sustentam a execução das atividades primárias. Atualmente, a partir da abordagem BPM (Business Process Management), os processos de negócio podem ser classificados em três categorias:
Processos Primários (Centrais, Essenciais ou Finalísticos):
Processos de Suporte (Apoio):
Processos Gerenciais (Reguladores):
A nomenclatura das categorias sofre algumas alterações de empresa para empresa. Por vezes, no mercado, vemos algumas empresas chamando os processos Gerenciais de Estratégicos, não recomendamos essa prática, pois quem diz quais processos são estratégicos é a estratégia organizacional. Deste modo, podemos ter processos primários ou de suporte que são estratégicos.
Para estruturar uma arquitetura de processos eficaz, é necessário seguir alguns passos:
Alinhamento e Preparação
Elaboração de Proposta (Níveis 0 e 1):
Construção dos Detalhamentos
A Arquitetura de Processos é uma ferramenta poderosa para alinhar estratégia e execução, de forma que as operações de uma organização estejam em sintonia com seus objetivos estratégicos. Ela é fundamental para estabelecer uma governança orientada a processos e estabelecer uma base para a organização uniformizar as iniciativas de processos.
Ao adotar essa abordagem, as empresas podem não apenas otimizar suas operações, mas também se preparar para desafios futuros, mantendo-se competitivas em um mercado em constante evolução.
Incentivamos os leitores a explorar a implementação da Arquitetura de Processos em suas próprias organizações. Na Collaborative, provemos mentorias, cursos, workshops que proporcionam um aprofundamento valioso neste tema, capacitando profissionais a liderar a transformação organizacional.
Um modelo é uma representação simplificada de uma coisa, um conceito ou uma atividade.
A Modelagem de Processos consiste então no conjunto de atividades envolvidas na representação de processos de negócio existentes ou propostos, sendo considerada uma prática essencial para compreender e otimizar as operações de uma organização. Este artigo explora o conceito, o propósito, os participantes, os níveis de detalhamento, as ferramentas e as notações para modelagem de processos.
Modelar processos envolve atividades destinadas a representar processos de negócios. É crucial estabelecer um propósito claro para a modelagem e delimitar seu escopo, evitando a complexidade desnecessária de tentar abranger todos os aspectos da empresa. O nível de detalhamento e o tipo de modelo dependem dos objetivos específicos da modelagem.
Exemplos de propósito da modelagem:
Para elaborar um modelo de processo de negócio, é essencial que ele represente de maneira clara e detalhada os seguintes elementos:
Um modelo que contempla esses elementos não apenas facilita a compreensão e a comunicação do processo, mas também contribui para a sua gestão e otimização.
A modelagem é um processo colaborativo que pode envolver diferentes participantes, cada um desempenhando papéis específicos para garantir o sucesso da modelagem. A seguir, são apresentados os possíveis participantes e suas funções:
Modelos podem ser criados por:
Em uma abordagem estruturada, normalmente haverá:
Os especialistas fornecem o conhecimento necessário para a criação do modelo. Os especialistas geralmente são divididos em diferentes níveis de responsabilidade e conhecimento dentro da organização:
A colaboração entre esses participantes é crucial para o desenvolvimento de modelos que sejam precisos, úteis e alinhados com os objetivos estabelecidos. Cada participante traz uma perspectiva única e a integração dessas perspectivas é essencial para o sucesso da modelagem.
O nível de detalhamento e o tipo específico de modelo têm como base o que é esperado da modelagem:
Os processos podem ser modelados em vários níveis de detalhe, desde uma visão abstrata e contextual até uma abordagem mais detalhada e específica. Cada nível oferece benefícios distintos, permitindo que as organizações escolham a abordagem que melhor se adapta às suas necessidades:
Diversas ferramentas podem ser utilizadas na modelagem de processos, desde métodos tradicionais até tecnologias avançadas:
As ferramentas tecnológicas adotam notações padronizadas para a modelagem de processos. Uma notação consiste em um conjunto de símbolos e regras que definem o significado desses símbolos. Alguns exemplos de notações utilizadas:
Este artigo não tem como objetivo detalhar ou comparar as notações mencionadas, mas sim destacar sua importância e aplicação em diferentes contextos de modelagem.
A modelagem de processos é vital para qualquer organização que busca melhorar seu desempenho e se manter viva e competitiva no cenário atual. Ao entender e modelar os processos de negócios, as empresas têm a chance de otimizar a forma como criam e distribuem valor e de alinhar a estratégia aos processos e às pessoas, aumentando assim as chances de sucesso em seus objetivos organizacionais.
Incentivamos os leitores a explorar a modelagem de processos em suas organizações. Não a modelagem com o fim em si mesma, mas a modelagem alinhada a um propósito e em um formato que seja adequado para quem irá utilizá-la. Na Collaborative, provemos cursos e workshops que proporcionam um aprofundamento valioso neste tema, capacitando profissionais a liderar a transformação organizacional.